domingo, 2 de setembro de 2012

But you were history by the slamming of the door/And I made myself so strong again somehow/And I never wasted any of my time since then/But when you see me like this...

*It's all coming back to me now, com título autoexplicativo e letra e performance mais ainda.

Levei dias pra emergir de volta pro mundo dos vivos. E meses pros olhos secarem o salar que se formou ali. E anos pra varrer de vez o cheiro das suas camisas da minha memória. E três aparelhos de celular pra perder seu telefone.
Pra vir um maldito bestseller que eu nem ia comprar, uma reviravolta profissional e olha o destino me trazendo tudo de volta.
Porque por mais que eu queira tornar o personagem impessoal pra não te ver ali, e tenha também traços dos dois tópicos mais recentes desse blog, a verdade é que pelo menos 75% das cinzas é você. Quando Ana sente o calor atravessar os tecidos, era você que irradiava. Ela deseja entrelaçar os teus cabelos. Cada aimeudeus que ela diz ao observar suas roupas tentadoramente formais e o autocontrole prefabricado, eu já os disse antes. "I know the feeling", nesse caso literalmente. Mas o pior é lembrar daquela noite, ver passar num flash Lady Marmalade, o girar dos quadris, a lapdance, o colchão de solteiro e até hoje não saber se mais bonito é você dormindo ou acordado, cheiroso, arrumado e esperando pra me entregar água de coco, numa tentativa de aplacar a ressaca que dura até hoje.
E agora tudo volta a se misturar na minha mente insone. Talvez seja bem mais que coincidência esses flashes justo quando me dou conta que envelheci e que desaprendi a sonhar; e eles me remetem justo à época em que eu mais estava cheia deles. Ou talvez meus sonhos tenham o mesmo túmulo onde o menino grande de mochila laranja possa estar. Pode ter mais um grande acerto com o passado, mais um cavalo pra tirar das costas e enterrar. Ou será que esse retorno tem de fato algum significado mais simples e mais complexo... (E se esta for a jipótese correta, não terá guia que me convença do contrário, what a hell, I'm gonna let it happen to me...)
E aquela constatação brilhante, porém tardia, de que o luto que sofri quando você se foi aconteceu talvez com um delay enorme foi parar na gaveta à  menor esperança de que talvez o dono desse amor ainda viva, preso entre um recado da secretária no escritório pomposo e uma discussão burguesa com a esposa.
E é claro que se há um lugar onde a ligação entre Crepúsculo, 50 tons de Cinza e Celine Dion aparece e faz sentido, é lógico que teria que ser na minha vida.
Bem feito: quem mandou não começar lendo o Dostoiévki?

quarta-feira, 18 de julho de 2012

I hope life treats you kind, and I hope you have all you dreamed of/And I wish you joy and hapinness, but above all this I wish you love...*

* "and IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII will always loooooooove yoooooooou" (Ainda precisa dizer que música é essa?)


E depois de tantas idas e vindas e voltas, um dia a vida dá uma trégua. Um dia, sem que você marque nada, uma ida à padaria te dá aquilo que você pediu durante tantos anos - embora não exatamente da forma que você esperava.
Tácita e silenciosamente, um dia você descobre que sua missão com aquela pessoa se encerrou, que cabe a você decidir pra qual caminho vai, e aí essa escolha é determinada não mais pelo quanto você ama esse alguém, mas o quanto ama a si mesma. Se prefere o campo das possibilidades infinitas ou a segurança do velho abraço, do antigo (bom, mas antigo) encaixe.
É no mínimo curioso pensar que o verdadeiro encerramento se deu sem nenhuma menção ao relacionamento. Ou talvez por isso mesmo, por termos conversado pela primeira vez sem mencionar o relacionamento ou ter qualquer expectativa de uma "DR". As melhores DR's são assim, acontecem sem se fazer anunciar, e de repente, enquanto falamos sobre negócios ou pseudo-amigos, vamos desenhando o fim da novela.
Muito bom saber que, mesmo comendo duas pizzas enquanto eu tomo um iogurtinho batido, você está bem. Ainda não foi ao médico, e nem vai (se disser que o maior psicólogo é Jesus juro que te derrubo do banquinho - adoro Jesus, mas cada um na sua). Mesmo assim, está bem e "tomando um rumo"-com guaraná. Percebo sem grandes dramas que o nosso casamento nunca se concretizaria, pois não há templo que caiba tantos sincretismos. E se a lógica diz que eu deveria me sentir "sem causa", o fato é que ao invés de me sentir vazia, me sinto feliz. Com a sensação de dever cumprido e de encerrar uma fase. E desejo que a vida te dê tudo o que eu tentei tão desesperadamente te dar, e que você aceite de braços abertos.
Antes de entrarmos, você sem querer manda a última fala do filme: "acredite, o que tiver que ser seu, vai ser". A fina ironia no nosso caso é que tinha que ser, mas não foi. Porque eu acredito que a vida é um livro de RPG, com os finais já escritos e os sinais já espalhados, mas cada escolha, cada página que optamos por não ler nos leva a um fim diferente. E neste momento, meu querido, sem mágoas, tristezas, ranços ou expectativas subentendidas, escolho o caminho que me afasta de ti. Ou melhor ainda, que sejamos paralelos - sempre próximos, mas não mais unidos. E que venha o que é pra ser meu, sendo pra ser meu MESMO. Mas isso é assunto pra outro post.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

'Cause I can't live if you're not happy/I can't live if you cry/But I can without you if it makes you smile*

Para ler ouvindo Maybe it's just me, do Butch Walker - música que eu demorei mais ou menos 3 anos pra achar, mas quando achei, me atingiu feito um raio.


Yeap, esta série está com mais personagens e mais confusas do que todas as temporadas de Lost juntas - I know. E os flash backs e flash forwards são, sim, cortesia da casa. Mas é assim que as coisas me acontecem, então não tenho como melhorar isto - pelo menos por ora. Talvez no final faça sentido como Closer, talvez não. Só vou saber no final.
Uma das merdas dessa vida é que às vezes a pessoa mais certa para você é também a mais errada. Outra é que às vezes a resposta pros seus questionamentos está na sua frente, mas você perde tanto tempo olhando pra cima que só entende a resposta quando a pergunta mudou. E eu estou com um pressentimento de que ambas as coisas me aconteceram em uma só tacada. Ms como eu poderia ter formulado aquela pergunta sem fazê-lo fugir, se eu mesma fugiria?
Talvez eu tenha perdido o lobo da minha vida porque estava focada no vampiro, talvez não. Quem sabe?
O fato é que eu só fui encontrar a música e a tradução agora, e o que na época era uma leve possibilidade agora me parece muito mais concreto. Mas se passaram tantos anos, será que ainda vale mexer nesse vespeiro e correr o risco de descobrir que o bonde já passou? Será que, mesmo que a tradução ainda valha, eu consigo fazer isso sem estragar algo que eu amo tanto?
Eu e essa maldita mania de amar as pessoas indistintamente, sem rótulos. Minha vida toda seria muito mais fácil se eu amasse como a maioria das mulheres que conheço: elas amam as partes do homem que lhe dizem respeito (a pegada, o beijo, o cheiro, a carteira, e por aí vai). Eu não: amo o todo, tenho tesão em inteligência, me derreto por ironias e enlouqueço com um belo gesto de delicadeza. E não dou a mínima para saber se esse amor é amor de amigo ou de homem, porque jamais amaria um homem que não serve para ser meu amigo. Mas isso fode a minha vida, e já amei como homem o que era melhor amigo, e agora talvez tenha friendzoneado alguém por quem eu secretamente fui louca (talvez ainda seja).
O fato é que poucas coisas na minha vida me comoveram tanto quanto um pote de Haagen-Daaz (minha filha, na pobreza que tenho passado, nem lembro mais como se escreve!) no segundo pior dia da minha vida. E a capacidade desse homem-menino-coringa tão sombrio e atormentado de me trazer o Sol de volta à minha Forks. E de como um mindfucking pode se tornar algo tão bonito...
Eu o entendo, juro - afinal, não estou aqui, anos depois, morta de medo de sequer cogitar mais a sério essa hipótese? Mas talvez tivesse bastado uma só palavra sua para conseguir o que ambos secretamente sempre quisemos. Ou será que eu tô mesmo louca e é capaz mesmo de alguém que me dá essa música, o Twitter, um beijo roubado às 8 da manhã, e uma webcam improvável (sem falar no Haagshenzwdiahaaz) e que ainda hoje se despede com "se cuida" não tenha mesmo nenhum interesse a mais? E será que eu realmente perdi o bonde ou ainda dá tempo de dizer que duas palavras, só duas palavras e eu te dou o mundo? Ou será que eu tô viajando na carência que fez meu inconsciente achar  música do título com meio refrão uma vez três anos atrás?
Porque no fim das contas eu sempre fui #teamJacob.


segunda-feira, 11 de junho de 2012

I won't give up on us/Even if the skies get rough/I'm giving you all my love/God knows we're worth it..*

*Para ler ouvindo I won't give up, do Jason Mraz - porque essa música traduz o que estou sentindo e porque ela é linda demais nessa simplicidade.

Mais um daqueles posts que escrevo entre lágrimas. Daqueles que não deviam jamais ser escritos a essa hora em que eu devia estar dormindo, mas se não escritos agora que tudo transborda, quando o seria?
Quantas vezes o dia da marmota pode acontecer, Deus? Quantas vezes sou capaz de chorar pelos mesmos motivos? E quantas vezes o repeat aguenta tocar essa mesma música?
Mais uma vez o caos se alastra por aqui. Decisões profissionais amargas (ainda que com algum resultado concreto), frustração, e a doença da minha mãe que me deixa tão frágil quando eu mais preciso ser forte. E no meio disso tudo, mais um sonho prestes a se apagar.
Eu não pedi pra me enfiar nessa história. Dessa vez eu tenho ciência de que foi tudo, menos decidido por mim. Tá, livre-arbítrio, blablabla... mas NÃO. Eu praticamente tive meu rosto virado pra olhar NAQUELA direção, e transformar um esbarrão em uma história que transcende o tempo. Por mim, teria sido só um esbarrão, mas não.
Já me conformei (e até gosto disso) que nada na minha vida é tranquilo, normalzinho - e mais ainda na vida amorosa. Boy meets girl, girl meets boy, trocam telefone, primeiro encontro e por aí vai. Isso nunca foi para mim, por mais que eu quisesse. Tudo tem que vir com uma etiqueta "Made by Televisa". Mas desta vez, convenhamos, o roteirista forçou a mão.
De todas as personagens fictícias com as quais me identifico, a mais parecida (e azamigha me corrijam nos comentários se eu estiver errada) sem dúvida é Jane Bingum. Uma top model presa num corpo que às vezes não parece ser dela, uma idade que também não parece ser dela, um cérebro que acha umas informações que nem ela sabia que estavam ali, amigas meio doidas (taí meu celular com o número de certa Gaby Stacy que não me deixa mentir) e um certo inconformismo com as leis divinas (com quem, diga-se de passagem, a ditacuja tem uma linha direta - mas nem por isso mais fácil de entender). E (#cejura?) o pendor pra amores platônicos: ter a sina de ser a garota certa, pra um cara tão míope que é um milagre que saiba calçar os próprios sapatos.
E eis que, com toda essa burrice, os céus mandam um recadinho pra Jane Bingum daqui: então, sabe o Grayson? Pois é, quirida, pode ser que não role, tá? Vai se entretendo com o Owen porque tivemos uns errinhos de cálculo aqui e não sabemos mais se Grayson estará disponível...
Só que tem uma coisa que é muito diferente entre eu e Jane: não me peça para me contentar com os Owens da vida. AIN'T GONNA HAPPEN! E não é porque eu fico doida quando a gordjeenha fica com um cara razoável enquanto as magras ficam com os lindos (quédizê, também), mas porque, se não fosse vocês virarem meu rosto diretamente pra ele, um esbarrão teria sido só um esbarrão! Então não me importa se vocês vão engrossar a parada, eu não vou desistir, fui clara?
Eu sei que talvez (taaaaalvez) eu esteja sofrendo por antecipação, mas às vezes a razão daqui da Terra se sobrepõe à lógica divina, e nessa eu tô sentindo o tempo se esgotar. Mas eu já aviso de antemão: se dessa veze não rolar direito (e pouco me importa o final), não quero mais. Não é chantagem e sei que já disse isso antes, mas que zona é essa? É pra ser, ops, não é mais, mas olha, vai aparecer outro legal? Quantos outros já vieram e foram e eu fiquei aqui, sozinha como sempre? Então pra deixar claro mais uma vez: NÃO VOU DESISTIR DELE. Mesmo que as evidências apontem pro contrário, mesmo que pareça (ou seja?) irracional da minha parte me agarrar numa história que nem aconteceu ainda, ou que possa acabar infeliz, não me importa: uma história de amor não dá certo não é quando termina. É quando não começa. E por mais absurdo que pareça, eu o amo. Daquele jeito que só as mocinhas dos romances de época sabiam fazer, mas eu amo cada pedaço que eu conheço dele e os que eu não conheço também - porque o que eu não conheço agora, minha alma já conheceu antes. E eu vi, vocês mesmos me mostraram! Então vou sim me agarrar nesse amor no matter what. God knows I'm tough enough, God knows we're worth it.
Então desta vez, não. Ou este aqui acontece, ou não me tragam mais nada. Porque se é pra eu ficar nesse joguinho de "settle for less" ou esperar o próximo ônibus, muito obrigada, mas recuso. Porque tem uma parada na qual eu sei que nem vocês metem o bedelho livre arbítrio. E invoco esta lei para me guardar neste tribunal, meritíssimo.
E eu tinha mais uma porrada de coisas pra dizer, mas agora não dá.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

"It's the way I'm feeling I just can't deny...We found love in a hopeless place"



Tem coisas em mim que são difíceis de explicar. Como eu aguento ficar em pé e acompanhar a exumação da pessoa que eu mais amei nessa vida, mas sou capaz de soluçar em uma cena de seriado é uma delas.
Talvez porque na exumação não haja nada de mim ali (talvez um código genético, mas nada de alma) e o seriado fale sobre tantas coisas da minha vida, discutidas previamente em um McDonald's.
Depois de um tempo sozinha e/ou vivendo histórias de amor mais insalubres que o já citado lanche, a gente começa a "engrossar a pele" (sem referências a hidratação e afins). É mais fácil se ser durona, fazer a nonchalance e seguir assim, com mil vestidos no armário sem ter pra quem mostrar, sendo livre pra ir onde eu quiser, mas sem querer ir a lugar algum. Então eu disse às meninas que não sofro de "Wedding Bells Blues" - e achando super normal ter toda a setlist da cerimônia na cabeça. Tão desnecessário dizer o quanto disso é uma grande bullshit. Ou não?
Sei de algumas coisas, no entanto. Sei que eu quero alguém que se emocione ao lembrar da primeira vez que me viu, que seja capaz de andar pelas águas e arrumar 30 nadadores sincronizados (nah, se ele fizer o lance das rosas já tá lindo). Que ria com as minhas besteiras e que me faça rir até cair também. Mas principalmente: que me priorize. Que mesmo onde não haja esperança, esse amor surja e vingue - não que ele se esconda através das desculpas, da fuga, da pseudoproteção. Honestamente, essa história de "te proteger de mim" é bem válida, pensando bem. Melhor mesmo que você me proteja da sua covardia, da tua verdadeira doença, que não é o TOC, mas a autocomiseração. Por favor, Deus, me proteja sempre desses descrentes.
A ironia entre tudo o que conversei com minhas amigas e a série é que, como diz o título, eles encontraram o amor em um lugar tão inóspito. Com vidas completamente caóticas, eles encontraram o amor e o caminho da igreja. E justamente essa sensação de caos que domina a minha vida é o que vejo como principal  desculpa  argumento para não cogitar um encontro com o meu The One, o chinelinho velho moldado pra este pé cansado e cascudo. E aí, cadê teu deus Celibato agora?
Só que o combo amar/ser amdo não depende só de vontade e disponibilidade (mesmo que estas sejam presentes em um nível uterino), tem mais a ver com fé. Com saber que "Deus não demora, capricha", e colocar essa vontade em mãos divinas, deixar a cargo da Providência. Porque se a Kel Leão encontrou um amor "reggaeiro", com dreads, engraçado, católico e que não fuma maconha (!!!), e ainda por cima, RUIVO(!!!), o meu pedido é tão mais simples de achar... ou quem sabe eu já não achei? Mas para isso ainda falta mais dois componentes: a certeza (interna), e a ousadia. Porque dizem que "when you know, you know it". E por mais que a cabeça me convença do contrário, o coração e o status do Facebook me dizem que, bem, "I so damn know it".
Mas a pergunta da noite é: se eu quero casar logo? Ah, what a hell, quero sim! Não preciso comprar o vestido agora, mas eu quero sim olhar pro futuro e ver um cara me olhando de lá de cima do altar (BEM de lá de cima, de preferência).