sábado, 24 de julho de 2010

"Touch me, take me to that other place / Teach me, I know I'm not a hopeless case"

*Beautiful day, mas dessa vez com o todobom Lee Dewyze, pq American Idol ainda é tudo de bom.

E continuamos no tal processo de repensar as coisas, o que eu quero de verdade pra mim. E não deixa de ser irônico perder a voz justamente nessa fase em que tenho me sentido tão pouco ouvida. Talvez (talvez???) essa seja uma forma de meu corpo me dizer que tenho que ouvir a voz que vem de dentro (bling! Contador de chavões rodando!).
Seria lindo, se esse mutismo forçado não fosse justamente o que está me impedindo de ir atrás da realização principal, em torno da qual tudo gira: trabalho, of course.
E também preciso da voz para ligar na clínica pra ir atrás da terapia. Porque eu já cheguei à conclusão de que eu preciso de ajuda pra fazer as pazes com o meu passado. Não adianta ficar assistindo Dawson's Creek e fugir de Flowers in the window, até porque essa música é linda o suficiente pra que eu queira zerar sua carga e destiná-la a outro num futuro de flores na janela - e esse futuro não vai chegar enquanto eu não zerar essa carga emocional do tamanho do Everest.
É muito estranho e ruim uma pessoa olhar pra cada página do seu passado com dor. Ok, nem todas as páginas me trazem dor - por exemplo, me lembrar dos meus 15 anos não é desagradável, porque eu me lembro que a paixão era doce e as burradas tinham uma razão de ser. Eu era ingênua de um jeito até que legal, e a única coisa que dói é que a única coisa capaz de mudar o hoje ali era a minha autoestima, e essa não era tão facilmente mutável. Então, no regrets. Eu era feliz e eu sabia.
Mas lembrar de tudo o que veio depois, aí complica. Com o João, com o Fabio, e principalmente com o Mauro. Eu sei que, pelo pouco que tenho coragem de ver, ele encontrou a alma-gêmea dele, mas até hoje tem uma voz esganiçada na minha cabeça que grita que no lugar daquela garota era pra ser eu. Eu indo pra Espanha com ele, eu me casando com ele, eu me tornando Mrs. Newbas. E aí lembrar que ele fez um cd pra mim com Flowers in the window e I'm not afraid, duas músicas tão lindas, me faz respirar com dificuldade. Mas eu preciso, de algum jeito, acertar as contas, me perdoar por ter deixado escapar aquele garoto que era lindo e perfeito, mas que está linda e perfeitamente casado (de papel passado ou não, whatever, he's taken) com uma garota que pode ter sido Glenn Close style comigo, mas está com ele há 5 anos ou mais, ponto.
E eis uma verdade insuspeita: eu me perdôo por ter feito papel de besta na mão do Tiago, mas não me perdôo por ter perdido a chance com o Mauro. Aliás, será que eu ainda amo MESMO o Piscinão ou não me perdôo por tê-lo deixado escapar? Para levar pra terapia...
E é com a terapia que eu vou poder desatar outros nós, como o meu problema alimentar. Eu tenho 27 anos e não sou tão junkie pra achar que tá tudo bem não comer frutas, verduras e legumes há mais de 20 anos. Não, não tá. Tá na hora de pedir ajuda pra resolver isso, e parar de ficar inventando desculpas, ou fuçando a comida e rezando pra não ter ficado nada, sob pena de dar um vexame. Se eu acho lindo a pessoa phyna, com um prato de salada daqueles bonitos, coloridos, porque eu não consigo me imaginar comendo algo assim sem ter engulhos? Se eu quero emagrecer sem passar fome ou deixar de me divertir, como eu vou fazer isso sem comer nada?
E como se fosse pouco, tem a questão profissional. Tudo bem que eu ainda tenho dois anos pra pensar nisso, mas eu não posso esperar que eu resolva qual a especialização que eu vou fazer só pensando nas áreas com as quais me identifico. Esse pensamento eu já tenho, está na hora de ver a real de cada área. Ok, eu não tô trabalhando, convênio médico tem limite de sessões, mas a gente pode e deve começar pela TCC, que além de ter um tempo mais ou menos certo pode me ajudar com a questão da alimentação, que é a questão mais urgente. Se Deus quiser, muito em breve eu já vou estar trabalhando, e aí fica bem mais fácil de arrumar grana pra, depois, explorar as outras possibilidades - Jung, Psicodrama ou Sexualidade. Ou quem sabe Jornalismo?
É, acho que vou ter que fazer uma check-list grande pra levar pro consultório.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

E eis que eu de novo apareço, com vontade de refletir, eu que tenho olhado tanto e tão pouco para mim mesma...
Tanta coisa tem me acontecido que eu de repente paro para me olhar no espelho e... quem é essa? E aí eu olho pra trás e... quem era aquela? E eu, onde fico nesse inbetween? O que tem pela frente? O que eu quero encontrar, onde eu quero chegar e o que eu tenho que fazer pra chegar lá?
O Coelho (ou o Chapeleiro, sei lá, eu nunca assisti Alice!=P) diz que nenhum caminho serve pra quem não sabe aonde quer chegar. Então é hora da gente reativar a I Grande Faxina Mundial, preencher de novo aquela ficha de perfil, pensando no agora, rever o que se quer, os sonhos que não servem mais, os sonhos que surgiram no meio do caminho, sem que fossem percebidos... E será que dá pra ser adolescente aos 27 anos sem ficar com vergonhazinha?
E eu continuo sem saber o que fazer com essa pilha de coisas que não têm destino fácil de resolver. Ainda não joguei fora as agendas-diários, ainda não consegui decidir o que fazer com os objetos mágicos de uma religião que não é mais a minha, mas que eu ainda sinto dentro de mim de alguma forma - fora o medo de acordar forças poderosas com as quais não quero e não devo me meter. E principalmente, ainda não sei o que fazer com aquelas páginas do passado que doem reler (seja pela impossibilidade ou pela inevitabilidade de revivê-las). O mais prático, sem dúvida, seria eliminar essas páginas, a la Lacuna Inc. Mas Lacuna Inc. não existe, e o passado de alguma forma faz parte de quem eu sou hoje. E aí? Respostas pro meu e-mail, please.
Algumas pessoas têm o dom de nos tirar do ponto onde estamos, não importa como, nem qual era esse ponto. E eu cruzei com algumas queridas dessas pessoas, e se há um ano a coisa estava mal, desta vez foi uma boa maneira de me lembrar de uma coisa tétrica, porém esquecível: pra conquistar o que se quer é preciso saber o que se quer e ter foco - coisa que pra Miss TDAH aqui às vezes passa despercebida.
Então está na hora de arrumar a casa, porque o retorno de Saturno aqui veio com dois anos de antecedência, e eu já cansei de pular de persona em persona. Let's get to work!

Sometimes we start over and go solo/ Are we looking for the ones we loved...

E muitas coisas mudam, tudo na vida muda, até "ber-muda".