sábado, 18 de setembro de 2010

The songs are in your eyes/I see them when you smile/I had enough of romantic love, yeah, I'm giving up/For a miracle drug*

*Miracle drug, do U2 - que vai, e volta, e vai, e volta de novo...

E eis-me aqui, numa barafunda novamente, e com os mesmos personagens. Se é a mesma barafunda? Aí é que está a dita-cuja desta vez.
A grande questão desta vez é: eu sei que eu mudei, e que eu quero ser feliz. Mas e o outro? Será que esse outro realmente mudou, realmente aprendeu a identificar onde está tudo o que ele tanto tem procurado; ou será que, se eu me dispor nas mãos dele, vou novamente virar patê de Raquel?
E eu não sei o que fazer. Eu sei que agora a gente tem uma conexão como não tinha antes, capaz de vencer meu suposto TDAH e me manter 46 minutos numa conversa que deveria durar 5. Sei também que quero muito e mereço muito ser feliz. Mas não sei até onde ele está disposto a ir desta vez. Parece estar disposto (e bastante gente diz que sim). Mas não veio quando eu chamei.
Só que não sei também se e até que ponto ele sabe que eu mudei, e que estou disposta a ser feliz no matter what. É difícil deixar a espinha ereta, a mente quieta e o coração tranquilo quando me vejo caminhando pra mesma cena; é quase automático sentir de novo o amargor na boca, mesmo com a possibilidade dele ter mudado. E tão semiautomático quanto sentir o calafrio na menor coincidência, é erguer a muralha em volta de mim e cantar que "lance é lance, lance não é romance". Só que...
...#comofas se, caso ele realmente esteja disposto, pra fazê-lo entender que pode seguir em frente, que o cachorro é grande e barulhento, mas não morde? Como mostrar sem expor?
Dou de cara com um artigo que diz que homens e mulheres amam diferente, e que amor de homem é muito mais vulnerável, porque os fragiliza. Nós mulheres (e eu, no caso) estamos habituadas a amar e a sofrer, e a viver - ainda mais eu, que já me lasquei tanto, criei casca. Será que é o caso? Não sei, mas faz sentido e explica algumas coisas...
O I-ching e a vida me dizem que eu devo ser mais delicada, mais sutil, mais meiga. E isso me assusta absurdamente. Porque a delicadeza não abrange a muralha que me faz sentir segura, e que aparentemente me defende da possibilidade de repetir os mesmos erros. Digo aparentemente porque, se é pra usar o passado como base, também tenho que lembrar que foi a muralha que eu ergui que me fez dilacerar ao invés de me proteger. E aí? Dou espaço à possibilidade de fazer diferente correndo o risco de viver tudo igual, ou me fecho como sempre e fico na solução de quem não quer perder aquilo que já (?) tem e fecha a mão pro que há de vir?
And maybe my question is answered. Esperar o que a vida me ofereça, e ficar de sentinela pra que as muralhas não subam.