domingo, 5 de dezembro de 2010

"Tudo é uma questão de se manter a espinha ereta, a mente quieta, e o coração tranqüilo."

* Serra do Luar, que tá, é clichê roto, mas os clichês tão aí por uma razão - costumam guardar coisas sempre úteis de se lembrar.

E dando continuidade ao pensamento do post anterior, sigo com a minha faxina interna. Esse blog foi criado não para ser lido por alguém (tanto que 11 posts depois eu ainda não passei o endereço dele pra ninguém), embora eu esteja começando a querer que as pessoas o leiam. Eu o criei para que eu pudesse organizar os pensamentos e sentimentos, que ficam muito mais claros depois de escritos. Então, acho que seria legal pegar pelo menos uma coisa por dia que precisa ser organizada, e o que eu posso fazer pra organizar. No melhor estilo VAE, mesmo.
E é uma boa começar pelo assunto que me dá mais resistência: a saúde.
É fatão que quando você passa dos 25, seu corpo começa a reagir diferente às coisas. E que ele te prepara para a mudança que vem a paritr dos 30, e assim por diante. Então, sejamos realistas: passou da hora de eu tomar vergonha na cara e admitir isso. Sim, ESTE (e é exatamente este) o principal motivo para eu estar tendo crise dos 30 desde os 25, porque a natureza já está me avisando que eu não sou mais adolescente (além da questão "o que você fez da vida, blablabla, assunto pra depois).E isso dá medo.
Sempre fui muito orgulhosa da minha posição "rebelde junkie", de tirar sarro dos amigos que fazem academia, e de cantar "Salada não tá com nada". Só que eu não nasci com o metabolismo da Giselle Bündchen (e juro que eu não queria mais nada dela, nem maridão, nem grana nem beleza, só o metabolismo), e tudo o que eu comi de porcaria esses anos todos, o sedentarismo, o sono bagunçado; tudo isso tá cobrando seu preço.
Cá pra nós, é tão bonito olhar aquele prato coloridão de salada, e no calor deve ser tão refrescante colocar uma folha de alface fresquinha na boca sem ter engulhos, tão phyno escolher uma salada no restaurante, sem falar que deve ser legal pedir aquele sanduíche no Subway e ele vir gordinho, alto, volumoso... e não uma coisa flat que é o meu, sem verde. Isso sem falar no porre que é chegar num lugar e pedir uma comida "sem salada", ter que ficar descobrindo os ingredientes de qualquer prato antes de comer, a cara de "aiquesaco" da atendente do Mc ao ter que pedir sanduíche "pão-carne-queijo", e as duas piores coisas: um convite pra almoçar na casa dos outros vira uma adrenalina, e a vergonha/raiva que dão quando minha mãe começa a contar que eu não como fruta nem verdura nenhuma desde os 4 anos, e as pessoas olhando como se eu fosse uma aberração de circo, ou pior, como se fosse só birra minha.
Nessas duas semanas eu peguei pesado no junkie, e senti o peso disso (sem trocadilho). Passar mal com a pressão 16 por 13 na balada foi ruim pra caramba, e eu sei exatamente de onde veio isso.
Então, a partir de agora, detox. Não, não tô querendo virar vegan, nem nenhuma mcta maluca que eu sei que não vou cumprir. É o seguinte:
  • Menos tranqueira. Eu sei que sou aloka do doce, mas dá pra maneirar, diminuir (bastante, se comparado com essa semana), substituir um pouquinho.
  • Voltar a fazer refeições: lanche no almoço, lanche antes de sair pra facul, salgado na facul... não dá. Tá na hora de voltar a fazer o pratinho, com arroz, de garfo e faca. Tá bom, pode ver tv e beber líquido, mas o resto é sine qua non.
  • Se mexer: vale usar o "Pedalinho", levar a Frida pra passear (ela também precisa se exercitar), fazer caminhada ou dançar. Mas tem que ser sempre, afinal, pô, se agora que eu tô em casa não fizer isso, farei quando?
  • Deixar tudo limpinho: calma, expliquemos. Falo de fazer exfoliação, manter as unhas bem feitas, o cabelo hidratadinho, o jardim aparado, os pés bem cuidados.
  • Falando nisso, mais água ainda: tá, é o único hábito saudável que eu tenho, mas às vezes deixo passar. Bem, agora sem essa.
  • Menos café e refri, começar a tomar suco e voltar com chás: tá que a mãe só compra refri uma vez por semana, mas parece que eu sempre dou um jeito. E o vício do café tá demais (eu entendi pq os caras do U2 quase acabaram a banda), eu não preciso mais tomar tanto.
  • Começar a me reaproximar dos sabores de frutas e verdes: ok, eu sei que preciso de umas boas sessões de psicoterapia pra mandar uma saladona pra dentro. Mas pelo menos um suco, alguma coisa com sabor de fruta, dá pra começar. Dessensibilização é aos poucos, mas tem que começar.
  • E última, pra encerrar o post: REGULARIZAR O SONO!!! Tudo bem que eu vou levar uns dois dias pra terminar de descansar da quinzena punk/hardcore, mas já dá pra começar a arrumar isso! Então, 'bora pra cama NOW!
    Beijos, buenas noches.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

"Run fast for your mother...leave all your loving, your loving behind, you can't carry it with you if you want to survive/The dog days are over"

E cá estamos nós, nessa madrugada em que tudo o que eu queria (sabendo que não conseguiria, se pudesse) é dormir, mas com a cabeça e o coração novamente a mil. Depois de esvaziar alguns litros de lágrimas mal retidas ao longo da semana em dois episódios intensos de Glee seguidos (ok, eu chorei mesmo. MESMO, eu disse. Mais do que os personagens atingidos pelas cenas em questão, diga-se). Mas diante do caos que têm sido as últimas semanas, toda a tensão acumulada, as emoções reprimidas, o caos, o caos... eu tinha que pôr pra fora, e antes assim do que com as incipientes manchinhas de urticária que, como eu disse, passaram de extintas pra incipientes de novo. Só espero que a histamina já tenha sido regularizada.
Agora que a quinzena de queima de neurônios provas e entregas de trabalhos acabou, afinal, um tcc e uma prova por dia (não necessariamente sobre a mesma matéria) pode ser um tanto complicado - se há a delícia da sensação de dever cumprido, é uma corrida contra o tempo e a fisiologia. Isso pra quem tem a vida nos trilhos.
Então, me dou um fim de semana pra descansar, aliviar o stress, curtir e rir muito, porque eu vou ter muito trabalho pela frente pra arrumar a bagunça feita em cima da bagunça.
Eu tenho o pressentimento (e a previsão) de que logo, com a benção de Deus (ou Oxalá, ou os Deuses, sei lá) eu vou receber as bênçãos que eu tanto ansiei receber, um amor e um emprego que me pague o suficiente. É algo muito parecido com o que senti antes de entrar no GS, só que numa versão atualizada, fazendo jus ao que preciso agora (e Eles sabem que eu preciso de em mais que um estágio e um amor platônico). Mas para que essas bênçãos cheguem, eu preciso estar com a casa limpa e rescendendo a flores, organizada, e isso requer muito, mas muito trabalho.
É, é bastante coisa. Agora que eu consegui botar em ordem a faculdade, precio correr atrás de organizar minhas finanças (ou falta delas?). Fato, não dá mais pra atender o telefone rezando pra não ser o Itaú, ou ficar frustrada inventando desculpas pra não admitir a verdadeira razão de eu não ter um cartão de crédito: sim, meu nome está sujo, e eu feliz (ou infeliz?)mente tenho minha mãe que pode me ajudar a resolver essa. E quanto mais tempo eu demorar pra resolver, pior vai ser. Então, 'bora correr atrás das cagadas da época da Contax, quando aumentar o limite pra comer no Big X-Picanha era cool, e eu caía quando meus amigos pintavam aquele drama pra eu emprestar o cartão, ou pra não me pagar. Não adianta, esse povo NÃO vai me salvar, e quando você recebe um DDC e passa pela coisa que você mais tinha medo de sequer pensar, e sem poder dividir isso com ninguém (quem entenderia?), é porque não tem mais saída. Enquanto eu não encarar a fera no olho de uma vez, eu não vou conseguir um emprego que permita que isso não aconteça mais.
Também preciso arrumar o quarto. É, eu sei; tá ficando repetitivo. Só que quando você não consegue sequer mandar um torpedo pra alguém que você ama, é lógico que a bagunça vi se sobrepor de novo. Então, vamos lá botar a máscara pra proteger da poeira, e dessa vez sem deixar caixa. Leave all your loving, your life behind, you can't carry it with if you want to survive. Mas eu ainda preciso decidir o que fazer com as agendas e os objetos mágicos de outrora. E dessa vez, é pra fazer isso MESMO.
Preciso arrumar a mim mesma, estou comendo mal como poucas vezes, dormindo pessimamente (não diga, é só olhar o horário de publicação), sem nenhum exercício, e meu corpo está um lugarzinho bem inóspito ultimamente. Tá na hora de fazer a faxina, arrumar tudo pra quando ele chegar a casa estar florida, perfumada e bela, por dentro e por fora. Ir no médico, no dentista, fazer essa droga de exame, depilação, cabelo; tudo o que descuidei. Comer direito, dançar um pouco, levar a cachorra pra passear (até ela está em melhor forma, e ela não sai de casa!!!). E principalmente, dormir direito. Recorrer a qualquer coisa pra regularizar meu fuso horário.
E aí, com essas coisas todas nos trilhos, aprender a esvaziar a cabeça e a curar feridas. Recuperar a minha She-Wolf, que tá uivando de dor e de necessidade de sair da jaula, mas que ainda não tá pronta pra andar pelos prados da minha vida. Primeiro eu tenho que limpar a área pra que ela possa correr, caçadora livre e ágil. E aí, na hora certa, ela vai saber o que fazer, e quem exatamente é o seu companheiro. Mas não agora.
Mesmo o lance mal resolvido do carioca, o grandão, ou outras possibilidades; a vida é uma folha que tá prestes a ser preenchida, mas desta vez sem passar a limpo. Então é bom eu descansar logo, porque tem muita coisa pra fazer, 100 e-mails pra tirar da caixa de entrada, e um trabalho pra entregar em 2 horas pra encerrar o semestre.

sábado, 18 de setembro de 2010

The songs are in your eyes/I see them when you smile/I had enough of romantic love, yeah, I'm giving up/For a miracle drug*

*Miracle drug, do U2 - que vai, e volta, e vai, e volta de novo...

E eis-me aqui, numa barafunda novamente, e com os mesmos personagens. Se é a mesma barafunda? Aí é que está a dita-cuja desta vez.
A grande questão desta vez é: eu sei que eu mudei, e que eu quero ser feliz. Mas e o outro? Será que esse outro realmente mudou, realmente aprendeu a identificar onde está tudo o que ele tanto tem procurado; ou será que, se eu me dispor nas mãos dele, vou novamente virar patê de Raquel?
E eu não sei o que fazer. Eu sei que agora a gente tem uma conexão como não tinha antes, capaz de vencer meu suposto TDAH e me manter 46 minutos numa conversa que deveria durar 5. Sei também que quero muito e mereço muito ser feliz. Mas não sei até onde ele está disposto a ir desta vez. Parece estar disposto (e bastante gente diz que sim). Mas não veio quando eu chamei.
Só que não sei também se e até que ponto ele sabe que eu mudei, e que estou disposta a ser feliz no matter what. É difícil deixar a espinha ereta, a mente quieta e o coração tranquilo quando me vejo caminhando pra mesma cena; é quase automático sentir de novo o amargor na boca, mesmo com a possibilidade dele ter mudado. E tão semiautomático quanto sentir o calafrio na menor coincidência, é erguer a muralha em volta de mim e cantar que "lance é lance, lance não é romance". Só que...
...#comofas se, caso ele realmente esteja disposto, pra fazê-lo entender que pode seguir em frente, que o cachorro é grande e barulhento, mas não morde? Como mostrar sem expor?
Dou de cara com um artigo que diz que homens e mulheres amam diferente, e que amor de homem é muito mais vulnerável, porque os fragiliza. Nós mulheres (e eu, no caso) estamos habituadas a amar e a sofrer, e a viver - ainda mais eu, que já me lasquei tanto, criei casca. Será que é o caso? Não sei, mas faz sentido e explica algumas coisas...
O I-ching e a vida me dizem que eu devo ser mais delicada, mais sutil, mais meiga. E isso me assusta absurdamente. Porque a delicadeza não abrange a muralha que me faz sentir segura, e que aparentemente me defende da possibilidade de repetir os mesmos erros. Digo aparentemente porque, se é pra usar o passado como base, também tenho que lembrar que foi a muralha que eu ergui que me fez dilacerar ao invés de me proteger. E aí? Dou espaço à possibilidade de fazer diferente correndo o risco de viver tudo igual, ou me fecho como sempre e fico na solução de quem não quer perder aquilo que já (?) tem e fecha a mão pro que há de vir?
And maybe my question is answered. Esperar o que a vida me ofereça, e ficar de sentinela pra que as muralhas não subam.

domingo, 29 de agosto de 2010

To hope or not to hope... ou "You are... the only exception"

Contrariando a regra, tasco um título não-musical. Afinal, a regra é minha mesmo, e a unica música na minha cabeça não tem nada a ver com o tema do post.

Acabei de assistir a um filme que tem sido meio que minha guideline, mesmo sem eu ter assistido antes: Ele não está tão a fim de você.
Um dos personagens (não lembro o nome) é o "espião", o cara que entrega as jogadas masculinas para a amiga. E esse cara fala uma coisa que (SPOILER ALERT) depois cai por terra pra ele (ele entra no 1%?), mas que em 99% das vezes é o que acontece na vida real, e eu tenho visto isso em 99% das vezes (na minha vida): se um cara quer sair com você, ele vai correr atrás de você. Ele vai te ligar, ele vai mandar e-mail, ele vai dar um jeito. Ele não vai ficar rodeando, não vai arrumar desculpas. Por isso é que, apesar do David achar que eu deveria ligar pro primo da Camila, eu não vou ligar: se ele quisesse, ele saía comigo. Só acho uma puta falta de de sacanagem ele concluir isso sem sequer falar comigo pessoalmente, deduzindo isso após 17 minutos de conversas telefônicas (e olha que eu sou uma negação no telefone, como Miss TDAH que sou). Pequeno desvio pra chegar no assunto real do post.
Uma coisa que deve ter soado muito irritante pra algumas pessoas que me conhecem, no último ano, foi a minha postura em relação ao ferimento que foi o casamento do Fernando. Todo aquele discurso de "estou tão ferida que desta vez encerro de vez a minha busca" pode ter parecido uma "birra" com o destino por ter sido mau comigo. Não foi. Foi algo que eu precisava falar e pensar, ainda que fosse pra fazer uma catarse de tanta dor que eu senti, e faz sentido eu começar a pensar/ agir assim. Pensa bem, depois de tantas bordoadas, ainda vale a pena eu acreditar em ter um amor pra mim e ainda ter esperanças disso?
Mas, como bem disse a Shakira no seu Acústico, "este es el problema del amor: siempre volvemos a amar". Essa ideia de deixar o coração mudo, evidentemente, não vem dele: é a razão que o amordaça(ria) para que ele não mais opine, não mais tenha a força que sempre teve em minha vida, é negligenciar seus ruídos pra deixar a razão no controle. Mas será que isso dá certo? E...
...é inevitável me perguntar: será que eu não estou desistindo justamente na frente da porta que guarda aquilo que eu tanto procurei? Será que não é justamente essa tentativa que eu não quero fazer a última? E sejamos honestos: será que eu tenho tanta força nos braços assim pra amordaçar essa entidade tão dona de mim que é o meu coração? Porque faz parte da minha natureza buscar o amor, bem Miss Ted Mosby, e contrariar a natureza é difícil. Mas como é que eu faço pra descobrir se desta vez vai dar certo, antes de arriscar?
Pelo menos a ideia de ficar solteira para sempre (sim, sempre) já se mostrou algo menos horroroso quanto parecia a princípio. Eu não terei que me preocupar com o espaço que minha mãe ocuparia no caso de um futuro casamento, eu poderia me dedicar a coisas que eu gosto e não teria que aprender as regras de um relacionamento, não teria que jamais dar satisfações do que faço ou deixo de fazer, assistir ao filme do Stallone só porque o outro quer, poderia colecionar bofes de 25 anos quando chegasse aos 50, ir pra cama com quantos homens a vontade mandasse, poderia juntar muita grana e torrar em lojas de sapatos ou roupas caras. Quanto a filhos, eu poderia ter uma produção independente, sim, por que não? (Se até minha mãe já apoiou a ideia...)
Só que ainda restam as noites de sábado. Ainda tem a cama fria, a necessidade de um homem me dizendo que eu estou linda, a gripe ocasional, os programas de casaizinhos (e eu de vela), a falta do meu pai (que ninguém próximo de mim divide comigo), a vontade de fazer sexo três vezes por semana, com a mesma pessoa, os presentinhos ideais sem data marcada... Tem coisas que só a Philco um relacionamento faz por você (e mesmo sendo uma feminista, devo admitir).
Então, chegamos ao dilema: ter esperanças ou não ter esperanças? Procurar ou não procurar, eis a questão. O ideal, num mundo ideal onde todos são bonitos, inteligentes, ricos e loiros, o que eu gostaria de verdade é só me apaixonar quando souber que vai ser pra valer. Mas como é que você sabe a profundidade do lago (evitemos metáforas com piscinas) sem entrar nele? Não existem garantias no amor. Não tem como saber se você é o 1% do cara, sem passar pelos 99%.
E como saber se você é o 1% de um cara que não tem como se aproximar de você, e de quem você não tem como se aproximar? E mesmo se não for, como evitar o inevitável, o que já aconteceu? (Sim, porque se eu tenho que dizer isso em alto e bom som, que ao menos seja aqui, neste lugar até agora inaudível: eu estou apaixonada por um cara com quem eu nunca sequer falei, e mesmo sabendo de tanta coisa sobre a sua vida, não sei de uma forma sequer de me aproximar dele. Não temos um conhecido em comum, uma situação mais concreta que uma passada pelo corredor ou uma troca intensa de olhares de longe, no meio das respectivas turmas, nada. Nem dá pra dizer se ele é 1% ou 99%. Mas eu estou perdidamente, bestamente apaixonada à primeira vista, e isso aos 27 anos. #prontofalei)
Mais cenas do próximo capítulo...

E quando eu já tava dando o post por encerrado, lembrei de uma música que fala, sim do que estou sentindo e ainda tem a frase do filme: The only exception, que apesar de ser Paramore (banda que eu acho chatinha), é linda e delicada.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

The time is right now, you got to decide/Stand in the back or be the star

*Beat goes on, com Madonna, Kanye Yo-I'mma-let-ya-finish West e Justin Timberlake, porque Madonna sabe das coisas.

Não, eu ainda não resolvi a questão de perdoar a mim mesma. Mas estou tentando assistir Dawson's Creek com outros olhos. Porque a gente tem uma mania lascada de olhar pra trás e achar que a vida era mais fácil, melhor, e se esquece da parte ruim também. E de mais a mais, a vida continua acontecendo, o mundo girando e a Lusitana rodando (será?). E se tem uma coisa que eu tenho aprendido nessa Faxina é que, mesmo que você não consiga arrumar uma gaveta específica, arrumar outras já é de grande ajuda pro todo.
Então a gaveta de hoje é outra das grandes. Onde se compra paciência?
Eu sempre fui muito, mas muito, mas extremamente ansiosa - o que é até engraçado se levarmos em conta que a minha gestação foi a coisa mais tranquila do mundo. Tanto que, exceto nas fases em que eu estou trabalhando, eu tenho uma insônia crônica (e se você botar reparo no horário do post vai entender o que estou dizendo). Mas essa ansiedade toda precisa, digo PRECISA ser controlada.
Até que eu tenho conseguido segurar bem o lance do desemprego. Tirando alguns momentos em que realmente a coisa aperta (como na hora de pedir dinheiro pra mãe), eu sei que na hora certa as coisas vão acontecer. Só que eu sei que falta pouco, essa hora tá chegando, e aí a ansiedade bate de novo. Isso sem falar da dificuldade de controlar a ansiedade da minha mãe, e essa sim tá endoidando. E Deus, tá difícil segurar a "véia". Eu entendo o lado dela, mas ela tem o dom de falar a coisa mais errada na hora mais errada. E aí, cadê a paciência pra lidar com ela?
E em relação a bofe(s)? Aí é a área em que eu mais surto: seja pensando em casamento e filhos com um cara que nem sabe meu nome, seja ficando emputecida por um cara que eu nem estava tão interessada. Mas eu sei que essa neura de paixão é falta de outras paixões, e que em breve vai acontecer muita coisa ao mesmo tempo na minha vida. Algo me diz que o próximo cara que chegar, de onde quer que ele venha, vai ser muito bom. Vai ser um lance bom, com toda a parte legal do Piscinão, mas de verdade, sem "platonismos". E que, mesmo que ele demore, eu vou estar tão ocupada com outras coisas que não vai parecer tanto assim.
Agora só falta aprender a controlar a ansiedade do dia-a-dia, e principalmente corrigir essa insônia insana. Sabe o que é botar a cabeça no travesseiro e no primeiro pensamento não conseguir mais dormir por horas a fio, às vezes chegando a passar a noite em claro? Deixar o sono escapar por causa do pensamento mais banal, seja uma música qualquer, um objeto... E o leite morno só dá uma força pra passar a fome, mais nada. Não adianta contar carneirinhos, nada, nada. HEEEEEEEEEELP!!!
Deixa eu dormir, que o sono tá vindo...

sábado, 24 de julho de 2010

"Touch me, take me to that other place / Teach me, I know I'm not a hopeless case"

*Beautiful day, mas dessa vez com o todobom Lee Dewyze, pq American Idol ainda é tudo de bom.

E continuamos no tal processo de repensar as coisas, o que eu quero de verdade pra mim. E não deixa de ser irônico perder a voz justamente nessa fase em que tenho me sentido tão pouco ouvida. Talvez (talvez???) essa seja uma forma de meu corpo me dizer que tenho que ouvir a voz que vem de dentro (bling! Contador de chavões rodando!).
Seria lindo, se esse mutismo forçado não fosse justamente o que está me impedindo de ir atrás da realização principal, em torno da qual tudo gira: trabalho, of course.
E também preciso da voz para ligar na clínica pra ir atrás da terapia. Porque eu já cheguei à conclusão de que eu preciso de ajuda pra fazer as pazes com o meu passado. Não adianta ficar assistindo Dawson's Creek e fugir de Flowers in the window, até porque essa música é linda o suficiente pra que eu queira zerar sua carga e destiná-la a outro num futuro de flores na janela - e esse futuro não vai chegar enquanto eu não zerar essa carga emocional do tamanho do Everest.
É muito estranho e ruim uma pessoa olhar pra cada página do seu passado com dor. Ok, nem todas as páginas me trazem dor - por exemplo, me lembrar dos meus 15 anos não é desagradável, porque eu me lembro que a paixão era doce e as burradas tinham uma razão de ser. Eu era ingênua de um jeito até que legal, e a única coisa que dói é que a única coisa capaz de mudar o hoje ali era a minha autoestima, e essa não era tão facilmente mutável. Então, no regrets. Eu era feliz e eu sabia.
Mas lembrar de tudo o que veio depois, aí complica. Com o João, com o Fabio, e principalmente com o Mauro. Eu sei que, pelo pouco que tenho coragem de ver, ele encontrou a alma-gêmea dele, mas até hoje tem uma voz esganiçada na minha cabeça que grita que no lugar daquela garota era pra ser eu. Eu indo pra Espanha com ele, eu me casando com ele, eu me tornando Mrs. Newbas. E aí lembrar que ele fez um cd pra mim com Flowers in the window e I'm not afraid, duas músicas tão lindas, me faz respirar com dificuldade. Mas eu preciso, de algum jeito, acertar as contas, me perdoar por ter deixado escapar aquele garoto que era lindo e perfeito, mas que está linda e perfeitamente casado (de papel passado ou não, whatever, he's taken) com uma garota que pode ter sido Glenn Close style comigo, mas está com ele há 5 anos ou mais, ponto.
E eis uma verdade insuspeita: eu me perdôo por ter feito papel de besta na mão do Tiago, mas não me perdôo por ter perdido a chance com o Mauro. Aliás, será que eu ainda amo MESMO o Piscinão ou não me perdôo por tê-lo deixado escapar? Para levar pra terapia...
E é com a terapia que eu vou poder desatar outros nós, como o meu problema alimentar. Eu tenho 27 anos e não sou tão junkie pra achar que tá tudo bem não comer frutas, verduras e legumes há mais de 20 anos. Não, não tá. Tá na hora de pedir ajuda pra resolver isso, e parar de ficar inventando desculpas, ou fuçando a comida e rezando pra não ter ficado nada, sob pena de dar um vexame. Se eu acho lindo a pessoa phyna, com um prato de salada daqueles bonitos, coloridos, porque eu não consigo me imaginar comendo algo assim sem ter engulhos? Se eu quero emagrecer sem passar fome ou deixar de me divertir, como eu vou fazer isso sem comer nada?
E como se fosse pouco, tem a questão profissional. Tudo bem que eu ainda tenho dois anos pra pensar nisso, mas eu não posso esperar que eu resolva qual a especialização que eu vou fazer só pensando nas áreas com as quais me identifico. Esse pensamento eu já tenho, está na hora de ver a real de cada área. Ok, eu não tô trabalhando, convênio médico tem limite de sessões, mas a gente pode e deve começar pela TCC, que além de ter um tempo mais ou menos certo pode me ajudar com a questão da alimentação, que é a questão mais urgente. Se Deus quiser, muito em breve eu já vou estar trabalhando, e aí fica bem mais fácil de arrumar grana pra, depois, explorar as outras possibilidades - Jung, Psicodrama ou Sexualidade. Ou quem sabe Jornalismo?
É, acho que vou ter que fazer uma check-list grande pra levar pro consultório.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

E eis que eu de novo apareço, com vontade de refletir, eu que tenho olhado tanto e tão pouco para mim mesma...
Tanta coisa tem me acontecido que eu de repente paro para me olhar no espelho e... quem é essa? E aí eu olho pra trás e... quem era aquela? E eu, onde fico nesse inbetween? O que tem pela frente? O que eu quero encontrar, onde eu quero chegar e o que eu tenho que fazer pra chegar lá?
O Coelho (ou o Chapeleiro, sei lá, eu nunca assisti Alice!=P) diz que nenhum caminho serve pra quem não sabe aonde quer chegar. Então é hora da gente reativar a I Grande Faxina Mundial, preencher de novo aquela ficha de perfil, pensando no agora, rever o que se quer, os sonhos que não servem mais, os sonhos que surgiram no meio do caminho, sem que fossem percebidos... E será que dá pra ser adolescente aos 27 anos sem ficar com vergonhazinha?
E eu continuo sem saber o que fazer com essa pilha de coisas que não têm destino fácil de resolver. Ainda não joguei fora as agendas-diários, ainda não consegui decidir o que fazer com os objetos mágicos de uma religião que não é mais a minha, mas que eu ainda sinto dentro de mim de alguma forma - fora o medo de acordar forças poderosas com as quais não quero e não devo me meter. E principalmente, ainda não sei o que fazer com aquelas páginas do passado que doem reler (seja pela impossibilidade ou pela inevitabilidade de revivê-las). O mais prático, sem dúvida, seria eliminar essas páginas, a la Lacuna Inc. Mas Lacuna Inc. não existe, e o passado de alguma forma faz parte de quem eu sou hoje. E aí? Respostas pro meu e-mail, please.
Algumas pessoas têm o dom de nos tirar do ponto onde estamos, não importa como, nem qual era esse ponto. E eu cruzei com algumas queridas dessas pessoas, e se há um ano a coisa estava mal, desta vez foi uma boa maneira de me lembrar de uma coisa tétrica, porém esquecível: pra conquistar o que se quer é preciso saber o que se quer e ter foco - coisa que pra Miss TDAH aqui às vezes passa despercebida.
Então está na hora de arrumar a casa, porque o retorno de Saturno aqui veio com dois anos de antecedência, e eu já cansei de pular de persona em persona. Let's get to work!

Sometimes we start over and go solo/ Are we looking for the ones we loved...

E muitas coisas mudam, tudo na vida muda, até "ber-muda".