quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

"It's the way I'm feeling I just can't deny...We found love in a hopeless place"



Tem coisas em mim que são difíceis de explicar. Como eu aguento ficar em pé e acompanhar a exumação da pessoa que eu mais amei nessa vida, mas sou capaz de soluçar em uma cena de seriado é uma delas.
Talvez porque na exumação não haja nada de mim ali (talvez um código genético, mas nada de alma) e o seriado fale sobre tantas coisas da minha vida, discutidas previamente em um McDonald's.
Depois de um tempo sozinha e/ou vivendo histórias de amor mais insalubres que o já citado lanche, a gente começa a "engrossar a pele" (sem referências a hidratação e afins). É mais fácil se ser durona, fazer a nonchalance e seguir assim, com mil vestidos no armário sem ter pra quem mostrar, sendo livre pra ir onde eu quiser, mas sem querer ir a lugar algum. Então eu disse às meninas que não sofro de "Wedding Bells Blues" - e achando super normal ter toda a setlist da cerimônia na cabeça. Tão desnecessário dizer o quanto disso é uma grande bullshit. Ou não?
Sei de algumas coisas, no entanto. Sei que eu quero alguém que se emocione ao lembrar da primeira vez que me viu, que seja capaz de andar pelas águas e arrumar 30 nadadores sincronizados (nah, se ele fizer o lance das rosas já tá lindo). Que ria com as minhas besteiras e que me faça rir até cair também. Mas principalmente: que me priorize. Que mesmo onde não haja esperança, esse amor surja e vingue - não que ele se esconda através das desculpas, da fuga, da pseudoproteção. Honestamente, essa história de "te proteger de mim" é bem válida, pensando bem. Melhor mesmo que você me proteja da sua covardia, da tua verdadeira doença, que não é o TOC, mas a autocomiseração. Por favor, Deus, me proteja sempre desses descrentes.
A ironia entre tudo o que conversei com minhas amigas e a série é que, como diz o título, eles encontraram o amor em um lugar tão inóspito. Com vidas completamente caóticas, eles encontraram o amor e o caminho da igreja. E justamente essa sensação de caos que domina a minha vida é o que vejo como principal  desculpa  argumento para não cogitar um encontro com o meu The One, o chinelinho velho moldado pra este pé cansado e cascudo. E aí, cadê teu deus Celibato agora?
Só que o combo amar/ser amdo não depende só de vontade e disponibilidade (mesmo que estas sejam presentes em um nível uterino), tem mais a ver com fé. Com saber que "Deus não demora, capricha", e colocar essa vontade em mãos divinas, deixar a cargo da Providência. Porque se a Kel Leão encontrou um amor "reggaeiro", com dreads, engraçado, católico e que não fuma maconha (!!!), e ainda por cima, RUIVO(!!!), o meu pedido é tão mais simples de achar... ou quem sabe eu já não achei? Mas para isso ainda falta mais dois componentes: a certeza (interna), e a ousadia. Porque dizem que "when you know, you know it". E por mais que a cabeça me convença do contrário, o coração e o status do Facebook me dizem que, bem, "I so damn know it".
Mas a pergunta da noite é: se eu quero casar logo? Ah, what a hell, quero sim! Não preciso comprar o vestido agora, mas eu quero sim olhar pro futuro e ver um cara me olhando de lá de cima do altar (BEM de lá de cima, de preferência).